Capitulo 2 - StarChild

"Lá estava eu, Harvey Eisen, voando pelos céus, como se nada mais fosse importante. Todos os problemas da minha vida odiavel não precisam ser solucionados. Só o que eu preciso, e quero, é voar aqui e nada mais." Harvey estava sonhando, novamente, no que mais queria: ser livre. De repente, tudo ficou escuro. Ele se viu sentado na sua antiga cadeira, em sua antiga casa, com seus velhos pais - que haviam desaparecido à 1 ano atrás. Era como um daqueles sonhos super vividos, na verdade Harvey estava mesmo achando que aquilo estava acontecendo, não importava como. Achava que, finalmente, sua vida tinha voltado ao normal.

Harvey era filho único, então sua vida foi muito mais fácil do que a de muito adolescentes.

- Harvey! Por favor, passe a manteiga? - era sua mãe pedindo, Dorothy Eisen. Harvey sabia o porque de seu pai ter se apaixonado por ela, tinha feições leves e um olhar penetrante com seus olhos claros e seus cabelos negros e lisos.

- Filho! Passe a manteiga para sua mãe! - Ele tinha parado por um longo estante para observar sua mãe, parecia que ele não a via a muito tempo, como se estivesse com muita saudade. Seu pai, Stanley Eisen, era como uma versão mais velha dele, apesar de ter um rosto cansado, um tanto palido e com a barba mal feita. "Deve estar trabalhando muito" pensou Harvey por um estante.

-Querido! A manteiga! - sua mãe estava com um olhar preocupado.

-Esse garoto está muito avuado nesses últimos dias! Você anda usando drogas garoto!? - Stanley parecia impaciente.

-Claro que não pai! - ele finalmente fez algo - Drogas não são úteis de maneira alguma! Menos heroína, ela deixa a gente esperto.

-Não diga isso de maneira alguma, moleque. Não use drogas, nunca! - seu pai sabia que ele estava apenas brincando, mas o disse para que não preocupasse Dorothy.

Harvey, finalmente, passou a manteiga. - Obrigada! - disse sua mãe.

-Amor, temos que ir. - disse Stanley para Dorothy, nesse momento parecia quase hipnotizado.

-Sim, querido, vamos. - respondeu Dorothy já se levantando.

"Mãe, pai! Para onde vocês vão!?" Harvey parecia assustado, mas seus pais não responderam e continuaram andando em direção a porta. "Não vão!" disse o garoto inutilmente, sua família já tinha saido da casa.

Quando saiu para acompanha-los viu que eles estavam longe, seguindo a rua, indo para o horizonte. Cada vez mais longe, e mais longe. Harvey começou a chorar, como uma criança que havia perdido seus pais, pois era isso mesmo o que tinha acontecido. O garoto se levantou e sua tristeza começou a se transformar em ódio, cada vez mais ódio, a única coisa que ele tinha na cabeça agora era: MATAR! Ao olhar para baixo, viu seus braços, não eram mais seus braços comuns, nem sequer eram braços humanos. Na ponta de seus dedos não haviam mais unhas, e sim garras afiadas, como as de um tigre. Nos seus braços agora havia um pelo negro como a noite. "MATAR! MATAR! MATAR!" Era a única coisa que vinha em sua mente, mesmo depois dessa metamorfose.

Ao olhar o horizonte, viu seus pais ao longe. "Mate-os, eles o deixaram e não deram uma única explicação! Mate!" sua mente o comandava agora, era como um instinto animal. Ele correu, correu com toda a velocidade que podia e percebeu que agora estava com quatro pés, ou melhor, quatro patas. Era mesmo um menino-tigre.

Seus pais estavam perto agora, só era necessário um salto para os acertar. Foi o que ele fez, pulou com todo o ódio e amargura que tinha em seu coração em cima de seu pai. "Filho?!" foi a única coisa que saiu da boca de seu pai, pois agora estava em baixo de Harvey. Sendo massacrado. Seus órgãos internos já não eram mais internos. Quando o menino olhou de novo, a única coisa que via era um monte de carne e sangue. Nem parecia um corpo humano.

Sua mãe, Dorothy, estava aterrorizada, nem conseguia falar de tanto pavor da estranha criatura que tinha acabado de destroçar seu marido. "MATAR, MATAR, MATAR" Harvey não se sentia mais o mesmo, seu ódio e sede de sangue estava mais forte do que nunca. Chegando perto da mulher, vagarosamente, quase que sentindo prazer em ver a pobre coitada paralisada, chorando de medo de seu próprio filho.

Olhou em volta, Harvey (ou a criatura) se viu na frente de uma loja, com uma vitrine grande, uma loja de roupas. Como era noite e a loja não tinha luz alguma ele conseguiu ver seu próprio rosto refletido. Era como um mutante, ao seu olhar, ele era um demônio. Olhou para si mesmo e viu seu rosto, estranhamente era branco, como a lua, e tinha uma cicatriz no seu olho direito. "uma estrela!?"

Finalmente tinha recobrado seus sentidos, não era mais um animal sedento de sangue, era Harvey Eisen de novo. Em sua cama, suando como um gordinho na academia. "Meu Deus, que pesadelo horrível! Bem na noite que consigo dormir no horário certo!?" pensou ele. Ao fechar os olhos novamente, seu relógio começou a tocar. "Maldita escola! Qualquer dia eu paro de ir para aquele lugar!" pensou ele vestindo algo. Como morava sozinho, tinha o costume de dormir completamente nú(se isso não soar meio estranho para alguns).

Depois de ter se alimentado e se vestido foi, novamente, para seu dia letivo. Ele sempre ia andando para a escola. Passando perto de uma banca de jornais viu a seguinte manchete: "Homem morto brutalmente", ele parou para ler. Podia enrolar o professor Criscuola e falar que perdeu a hora, como de costume.

"Homem morto brutalmente

George Criscuola, 56 anos, foi assassinado brutalmente (Meu Deus! Professor!?) em Darling. Por sorte, sua filha, Cristina Criscuola, sobreviveu ao ataque. Os dois estavam indo passar a noite na casa de amigos quando, segundo testemunhas, uma criatura parecida com um tigre os atacou cruelmente e triturou o sr. Criscuola. A criatura, estranhamente, tinha o rosto branco com uma estrela no olho direito. Monstro de maquiagem!? Ele está sendo chamado de StarChild (garoto estrela) pela mídia local. Leia mais na pág. 13"

-Fui "EU"!? - tremendo de horror, Harvey comprou o jornal e seguiu para a escola, quase desistindo pelo acontecimento - Oras, foi só um sonho! - e continuou.